O brasileiro pagou R$ 2,89 trilhões em tributos no ano passado, segundo cálculos do Impostômetro, painel da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que estima em tempo real a arrecadação dos governos federal, estaduais e municipais.

O montante envolve impostos, taxas e contribuições recolhidos aos cofres públicos entre janeiro e dezembro de 2022. O valor superou o estimado pelo Impostômetro em 2021, quando foram registrados R$ 2,6 trilhões. O aumento entre um ano e outro, portanto, foi de 11,5%.

De acordo com Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, o avanço em 2022 foi resultado do aumento da arrecadação com tributos federais, apesar das desonerações promovidas pelo governo, como foi o caso dos combustíveis, energia elétrica e telecomunicações. “Adicionalmente, tivemos inflação em níveis elevados, o que encarece produtos e serviços”, pontua o economista.

Ruiz de Gamboa defende a realização de reformas estruturais para reduzir o peso dos impostos. “A nossa carga tributária continua sendo elevada para os padrões de um país emergente. A reforma administrativa e a contenção dos gastos públicos são alguns dos caminhos para diminuir o peso dos impostos”, sugere.

PESO DOS IMPOSTOS

Para exemplificar o peso dos impostos no dia a dia do brasileiro, a ACSP calculou o percentual de tributos embutidos em produtos e serviços tradicionalmente consumidos no período de réveillon.

No preço dos espumantes, por exemplo, 59,49% são tributos. No caso dos fogos de artifício, a parcela de tributos embutida nos preços chega a 61,56%.

Um pacote com passagem aérea, hospedagem em hotel e jantar em restaurante são tributados, respectivamente, em 22,32%, 29,56% e 32,51%.

A camiseta branca normalmente usada na passagem de ano tem 34,67% de tributos.

No site do Impostômetro é possível conferir o percentual de impostos em diversos produtos e serviços. O painel físico do Impostômetro está localizado na Rua Boa Vista, 51, Centro Histórico de São Paulo – anexo ao edifício sede da ACSP.