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Economia
Fitch eleva previsão para alta do PIB do Brasil em 2023, de 2,3% para 3,2%
A agência, por outro lado, manteve expectativa de desaceleração da atividade em 2024, a uma expansão de 1,3%
14/09/2023
Diário do Comércio da Associação Comercial de São Paulo

A Fitch Ratings elevou a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano, de 2,3% para 3,2%, como resultado da resiliência do consumo em meio a força do mercado de trabalho, maiores gastos sociais e aumento do salário mínimo. Esses fatores ajudam a mitigar os efeitos do aperto monetário e de um nível de investimentos mais fraco, segundo a agência, em relatório trimestral de perspectivas globais.

O desempenho econômico no segundo trimestre foi surpreendente, apesar da base muito forte nos três primeiros meses do ano, conforme a análise. A instituição, por outro lado, manteve expectativa de desaceleração da atividade em 2024, a uma expansão de 1,3%, diante da normalização da produção agrícola e da estabilização da demanda doméstica. Já para 2025, a projeção é de um elevação de 2,1% do PIB brasileiro.

“O impulso fiscal se tornará negativo à medida que as autoridades buscam cumprir consolidação prevista no seu novo quadro fiscal, mas a flexibilização da política monetária e outras medidas políticas (por exemplo, o programa de alívio a devedores ‘Desenrola’) devem fornecer apoio de compensação à demanda”, prevê.

A Fitch espera que a Selic termine 2023 em 11,75%, antes de cair a 9,0% em 2024 e 8,5% em 2025. Para a inflação, a estimativa é de 4,9% no fim deste ano e uma desaceleração a 4,0% no próximo e a 3,5% em 2025.

“Preocupação reduzida sobre mudanças substanciais no regime de meta de inflação provocou uma moderação das expectativas inflacionária”, avalia.

No câmbio, a agência de classificação de risco vê o dólar a R$ 5,00 na virada do ano corrente para o seguinte, com aumento a R$ 5,10 no final de 2024 e R$ 5,20 em 2025. A tendência é de que a moeda brasileira continue sensíveis aos desdobramentos fiscais, ressalta a Fitch.

ECONOMIA GLOBAL

Diante do cenário de resiliência em algumas das principais economias do planeta, a Fitch melhorou a previsão para o desempenho da atividade global este ano, mas alertou para os persistentes riscos no horizonte em meio às turbulências no setor imobiliário da China e a política monetária restritiva nos Estados Unidos e na Europa.

Em relatório de perspectivas, divulgado nesta quarta-feira, 13/9, a agência informou ter elevado a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta em 2023, de 2,4% para 2,5%. Por outro lado, a instituição cortou a estimativa para o avanço mundial em 2024, de 2,1% para 1,9%.

“A crise cada vez mais profunda no mercado imobiliário da China – outrora descrito como o ‘setor mais importante do mundo’ – é uma nova ameaça às perspectivas de crescimento global, enquanto os impactos dos aumentos dos juros nos EUA e na Europa estão começando ser sentido de forma mais significativa”, afirma o economista-chefe da Fitch, Brian Coulton.

A instituição aumentou a projeção para a alta do PIB dos EUA em 2023, de 1,2% a 2,0%, mas ainda espera uma recessão entre os primeiro e segundo trimestre do ano que vem.

O desempenho deve levar a uma drástica desaceleração a 0,3% em 2024, antes de uma melhora a 2,1% em 2025.

Do outro lado do Atlântico, a Fitch reduziu a previsão para o crescimento da atividade da zona do euro em 2023 (de 0,8% a 0,6%) em 2024 (de 1,4% a 1,1%). A expansão será contida sobretudo pela Alemanha, onde o PIB deve encolher 0,4% este ano, segundo a análise.