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Economia
Mercado financeiro aumenta insatisfação com governo Lula
Segundo pesquisa, 72% dos entrevistados acreditam que a economia do país está indo na direção errada. Percentual positivo do governo recuou de 20% para 12%
20/09/2023
O Estado de Minas / Agência Estado

A insatisfação com a economia brasileira entre os executivos do mercado financeiro aumentou, de acordo com nova pesquisa da Genial/Quaest, divulgada nesta terça-feira (19/9). Entre os entrevistados, 72% acreditam que o país está indo na direção errada, contra 28% que acreditam que o Brasil está no caminho certo. Para comparação, em julho deste ano, no terceiro levantamento da série de pesquisa, esta avaliação era de 53%.

Ainda segundo o levantamento, o percentual de entrevistados que acreditam que a economia irá melhorar nos próximos 12 meses é de 36%. Há dois meses, o número representava 53% dos entrevistados. Já o grupo de executivos que consideram que a política econômica do governo irá piorar subiu de 21%, em comparação a julho, para 34% em dois meses. Para 30% a economia ficará do mesmo jeito, ante 26%, em comparação a julho.

A avaliação negativa do governo aumenta

A insatisfação com o cenário econômico do país aumenta, ao mesmo tempo em que cresce o descontentamento com o governo Lula. De acordo com a pesquisa, subiu de 44% para 47% a avaliação negativa do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar do aumento, em comparação a primeira série, publicada em março deste ano, a avaliação negativa do governo neste segmento era de 90%.

O número de entrevistados que avaliam o governo positivamente caiu de 20% (em comparação a julho), para 12%. Em março deste ano, a avaliação positiva era zero entre os executivos. Outros 41% veem o governo como regular, ante 36% registrado em julho.

Também caiu a avaliação positiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, passando de 65% para 46%. Subiu de 24%, para 31% aqueles que consideram a atuação do ministro regular; e passou de 11% para 23% aqueles que avaliam o trabalho de Haddad negativamente.

Ajuste fiscal

Conforme o levantamento, a maior insatisfação no mercado financeiro é com a incerteza sobre o ajuste fiscal. Para 57% dos entrevistados, a falta de uma política fiscal que funcione é o principal problema para a economia brasileira. Já para 22%, interesses pessoais; para 15% a baixa escolaridade e produtividade da população; e para 6%, a alta na taxa de juros.

A expectativa de projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) entre os executivos é de 24% para um PIB acima do esperado pelo mercado, maior que 3%. Para 61%, a expectativa é de 3%. Já para 15% dos entrevistados, o PIB ficará abaixo do esperado pelo mercado, menor que 3%.

Os executivos também estão divididos sobre as propostas apresentadas para alcançar o déficit zero.

De acordo com a pesquisa, para os executivos a taxação dos fundos exclusivos, taxação dos fundos de investimentos no exterior (offshores) e o fim da dedutibilidade dos juros sobre capital próprio podem até ser aprovadas no Congresso Nacional, mas não medidas suficientes para cumprir as metas. Apenas 14% dos entrevistados acreditam que as medidas irão levar o governo a registrar.

Para 53% dos executivos, caso o governo não consiga aprovar as medidas necessárias, ele irá buscar medidas de efeito imediato para aumentar a arrecadação, enquanto 37% acreditam, neste cenário, que o governo irá abandonar a meta do déficit zero. Outros 10% acreditam que o governo irá aumentar as alíquotas de outros impostos.

Taxa Selic

Mesmo com a pressão do governo para reduzir a taxa de juros, para 58% dos entrevistados, o Executivo não está preocupado com o controle da inflação. O percentual em julho era de 66%. Para 42%, o governo se preocupa com o cenário.

10% do mercado financeiro ainda avalia que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve reduzir, já na próxima reunião, a taxa básica de juros abaixo de 12,75%. Para a maioria(80%), a taxa selic ficará estabelecida em 12,75%. Outros 10% acreditam que a taxa ficará acima de 12,75%. Atualmente, a selic está em

Avaliação de Campos Neto

Apesar das oscilações da avaliação do presidente Lula e do ministro Fernando Haddad, a avaliação da atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, desde o começo de 2023, teve uma variação mínima. Em julho, 86% o avaliavam positivamente, agora, 85%.

No mesmo período, recuou de 7% para 6% quem o avaliava negativamente. E subiu de 7% para 9% quem o avalia como ‘regular’.

Avaliação do Congresso

Para 41% dos entrevistados, até o momento o Congresso Nacional tem desempenhado positivamente, enquanto para 14%, negativamente. 45% avaliam que as atividades do Congresso são ‘regulares’.

Novo PAC

O Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do governo federal é avaliado como uma medida negativa entre 71% dos executivos. Para a maioria (85%), o valor de investimentos anunciado, R$ 1,7 trilhões, é inadequado, do ponto de vista dos gastos públicos.

O programa prevê investimentos em transportes, energia, inclusão digital, educação, infraestrutura urbana e infraestrutura social inclusiva, entre outras áreas.

Segundo levantamento, para 86% os investimentos não serão eficientes para fazer o país crescer.

A pesquisa foi realizada com 87 economistas e executivos do Rio de Janeiro e de São Paulo, entre os dias13 e 18 de setembro.