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Dez produtos concentraram 23,4% da receita da indústria em 2022
A liderança ficou com a indústria do petróleo, beneficiada, à época, pela alta do barril. O segmento somou receita de R$ 274,5 bilhões, segundo dados divulgados pelo IBGE
28/06/2024
Diário do Comércio da ACSP

Os dez principais produtos industriais brasileiros concentraram 23,4% da receita líquida de vendas da indústria nacional em 2022, participação superior à fatia de 22,9% vista em 2021. Os dados são da Pesquisa Industrial Anual (PIA) – Empresa e Produto, divulgados nesta quinta-feira, 27/6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os óleos brutos de petróleo, ou petróleo bruto, subiram da segunda posição em 2021 para a liderança do ranking de receita em 2022, com participação de 5,3% do total nacional, somando R$ 274,5 bilhões. “O aumento da cotação do barril de petróleo contribuiu para este cenário, e fez com que o produto ganhasse uma posição no ranking”, explicou Synthia Santana, gerente de análise estrutural do IBGE, em nota oficial.

O óleo diesel, derivado de petróleo, também avançou uma posição, subindo da terceira colocação em 2021 para a segunda em 2022, com 3,9% de participação do total nacional, uma receita líquida de vendas de R$ 200,0 bilhões.

Os minérios de ferros, que lideravam o ranking de receitas em 2021, caíram para a terceira colocação em 2022, com uma fatia de 3,1%, somando R$ 159,6 bilhões. “A perda foi influenciada pela queda nos preços internacionais provocada pela menor demanda chinesa, ainda impactada por paralisações nas fábricas devido à covid-19”, contou Santana.

Os demais produtos no ranking de 10 maiores receitas foram: carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (R$ 114,7 bilhões e 2,2% de participação); adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio – NPK – (R$ 102,8 bilhões e 2,0%); gasolina automotiva (R$ 90,3 bilhões e 1,7%); tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja (R$ 76,1 bilhões e 1,5%); álcool etílico (etanol) não desnaturado para fins carburantes (R$ 67,5 bilhões e 1,3%); óleos combustíveis, exceto diesel (R$ 67,0 bilhões e 1,3%); e automóveis, com motor a gasolina, álcool ou bicombustível, de cilindrada maior que 1.500 ou menor ou igual a 3.000 (R$ 60,6 bilhões e 1,2%).

As atividades com maior participação na receita líquida de vendas da indústria foram: produtos alimentícios (17,3%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (11,9%), produtos químicos (11,1%), veículos automotores, reboques e carrocerias (8,5%) e metalurgia (7,4%).

EMPREGO

A indústria brasileira mostrou manutenção da trajetória de expansão do emprego e do número de unidades produtivas em 2022, segundo a pesquisa do IBGE. Em 2022, o País alcançou um recorde de 346,1 mil unidades industriais com pelo menos uma pessoa ocupada, o equivalente a uma abertura de 20 mil empresas em apenas um ano.

Houve melhora também no emprego, pelo terceiro ano consecutivo: na passagem de 2021 para 2022, a indústria criou 213,4 mil vagas, sendo 14,6 mil delas nas indústrias extrativas e outras 198,8 mil nas indústrias de transformação.

Os setores com maior aumento no número de contratações foram extração de petróleo e gás natural (alta de 40,7% no número de ocupados em 2022 ante 2021), atividades de apoio à extração de minerais (22,1%) e fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (6,0%).

O emprego industrial encerrou 2022 com 668,0 mil vagas a mais do que 2019, no pré-pandemia. No entanto, o resultado ainda não superou os anos anteriores de enxugamento de postos de trabalho. Em uma década, foram extintas 745,5 mil vagas na indústria brasileira.

No ano de 2022, a indústria ocupava 8,3 milhões de pessoas, com remuneração total de R$ 403,7 bilhões em salários. Foram gerados R$ 2,5 trilhões em valor de transformação industrial, 89,3% deles provenientes das Indústrias de transformação. A receita líquida de vendas somou R$ 6,7 trilhões em 2022, sendo R$ 436,8 bilhões nas indústrias extrativas e R$ 6,2 trilhões nas indústrias de transformação.

O salário médio pago pela indústria aos trabalhadores manteve-se em 3,1 salários mínimos na passagem de 2021 para 2022. O salário médio nas indústrias extrativas aumentou de 5,1 salários mínimos para 5,2 salários mínimos entre 2021 e 2022, enquanto o das indústrias de transformação manteve-se em 3,0 salários.

Em uma década, de 2013 a 2022, houve queda da remuneração média mensal em salários mínimos em 19 das 29 atividades industriais. O salário médio na indústria geral caiu de 3,4 salários mínimos em 2013 para 3,1 salários em 2022: nas extrativas, as remunerações passaram de 6,3 para 5,2 salários; e na transformação, de 3,3 para 3,0 salários mínimos no período.

A distribuição regional do valor de transformação industrial aponta que, em 2022, a Região Sudeste concentrou 61,1% do valor gerado pela indústria brasileira. A segunda posição no ranking foi ocupada pela Região Sul (18,1%), seguida pelas Regiões Nordeste (9,1%), Centro-Oeste (6,0%) e Norte (5,8%).