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Fazenda não deve realizar mudanças significativas em projeções macroeconômicas
Atualmente, o Ministério da Fazenda projeta crescimento do Produto Interno Bruto de 2,5% para este ano e 2,8% para o ano que vem
18/07/2024
Valor Econômico

Estevão Taiar

O Ministério da Fazenda não deve realizar “grandes” mudanças em suas novas projeções macroeconômicas, de acordo com uma fonte ouvida nesta quarta-feira pelo Valor. Os números serão divulgados amanhã, quinta-feira, pela pasta no Boletim Macrofiscal.

Segundo a fonte, a tendência é que o documento não traga “grandes novidades” e siga um “cenário mais parcimonioso”. Atualmente, o Ministério da Fazenda projeta crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% para este ano e 2,8% para o ano que vem.

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, “se o dinheiro que colocamos em circulação nesse país estiver rodando, a gente vai crescer mais do que 2,5%” em 2024. A afirmação foi feita em reunião com representantes da indústria alimentícia no Palácio do Planalto, na qual os executivos anunciaram investimentos de R$ 120 bilhões bilhões até 2026. Desse total, R$ 23 bilhões já foram investidos no ano passado.

No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também afirmou que é “provável” que a projeção oficial da pasta para o crescimento do PIB deste ano seja revisada para cima.

“Nós sempre somos parcimoniosos, porque a gente não quer sofrer revés. Mas tudo indica que, mesmo com a calamidade do Rio Grande do Sul, que afetou um Estado que responde por quase 8% do PIB brasileiro, a economia não parou de crescer. Mesmo com a trava externa, as preocupações com o Fed (Federal Reserve, o banco central americano), a repercussão no nosso BC (Banco Central) aqui, a economia continua crescendo”, disse.

Na manhã de ontem, depois de reunião com o próprio Haddad, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, também afirmou que o Ministério da Fazenda precisaria recalcular para cima as suas projeções.

“Pelo BNDES, nós vamos ter um crescimento maior do que o que está projetado até agora”, disse, citando a expansão tanto das aprovações quanto dos desembolsos de operações de crédito realizados pela instituição.

No caso dos indicadores de inflação, as respectivas projeções do Ministério da Fazenda para 2024 e 2025 são: Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,7% e 3,2%; Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 3,5% e 3,1%; Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de 3,5% e 3,4%.

O Boletim Macrofiscal é importante porque serve como baliza para a elaboração do Orçamento federal e os cálculos de contingenciamento e bloqueio de recursos – esses últimos necessários para a União cumprir, respectivamente, o limite de gastos estabelecido pelo arcabouço fiscal e a meta de resultado primário.

Conforme publicou o Valor no começo do mês, a equipe econômica trabalhava com bloqueio e contingenciamento somados de R$ 10 bilhões. O número oficial será divulgado pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias.