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Setor de serviços cai 0,4% em agosto, pior que o esperado
Na comparação com agosto de 2023, o indicador avançou 1,7%. Nos 12 meses até agosto, houve aumento de 1,9%
14/10/2024
Valor Econômico

Por Lucianne Carneiro

 

O volume de serviços prestados no Brasil caiu 0,4% de julho para agosto, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em julho, houve alta de 0,2% (após revisão de dado divulgado inicialmente como aumento de 1,2%).

Na comparação com agosto de 2023, o indicador avançou 1,7%. Nos 12 meses até agosto, houve aumento de 1,9%. Em 2024, o volume de serviços prestados no país subiu 2,7% frente a igual período de 2023.

A queda de 0,4% na série com ajuste sazonal foi na contramão da mediana das estimativas de 26 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que era de elevação de 0,1%, e ficou no piso das projeções (de queda de 0,4% a alta de 1,1%).

Já a expectativa mediana para o resultado de agosto, perante um ano antes, era de aumento de 3,6%, com intervalo de projeções indo de alta entre 2,8% e 5,1%.

Com o desempenho de agosto, os serviços estão em patamar 15% superior ao do pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e 0,4% abaixo do recorde da série histórica, registrado em julho de 2024.

O IBGE informou ainda que a receita nominal subiu 0,1% na passagem de julho para agosto. Na comparação com agosto de 2023, a receita de serviços aumentou 7,5%.

Duas das cinco atividades acompanhadas pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) tiveram queda na passagem entre julho e agosto. Além disso, uma ficou estável.

A maior retração veio em serviços de informação e comunicação, com recuo de 1% em agosto, ante julho, seguida por transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,4%). O segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares ficou estável.

O gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, detalhou as atividades que mais pesaram nessas quedas. E duas delas tiveram demanda maior em julho, por causa das férias escolares: cinemas e transporte aéreo. Isso leva a uma base de comparação maior.

“Nos serviços de informação e comunicação, há [efeito das] empresas de exibição cinematográfica, que auferiram receita maior em julho, com base de comparação elevada, por causa das férias escolares. Isso foi aliado à menor receita de telecomunicações”, afirmou.

No caso do segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, as atividades de correio e transporte aéreo foram as que mais pesaram. “Em transporte aéreo, a gente também tem maior número de viagens em julho, por causa das férias. Então a base de comparação é maior”, disse.

O segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares não chegou a registrar queda, mas ficou estável em agosto, frente a julho. Nesse caso, Lobo citou a influência negativa das atividades jurídicas.

Por outro lado, os serviços prestados às famílias avançaram 0,8% e a atividade de outros serviços teve alta de 1,4%.