Notícias

Reforma Tributária
Appy diz que novo imposto será tão simples que exigirá apenas emissão de nota fiscal
Exceção será no caso dos regimes específicos, que terão regras diferentes de cálculo, destacou o secretário extraordinário para a Reforma Tributária do Ministério da Fazenda
24/04/2024
Valor Econômico

Por Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro

 

O secretário extraordinário para a Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, afirmou hoje que o novo sistema que entrará em vigor será “muito, muito, muito mais simples” do que o atual e que a única obrigação do contribuinte para saber quanto terá que pagar de impostos será emitir documento fiscal eletrônico, o que já é uma obrigação.

A fala ocorreu para rebater o pedido de empresários, advogados e deputados que solicitaram que não haja punição para os contribuintes que errarem no pagamento dos novos impostos durante a fase de transição. “Deve funcionar como a URV do Plano Real. Não ser punitivo durante a transição entre os dois regimes”, disse o deputado Lafayette Andrada (Republicanos-MG).

Segundo Appy, a exceção será no caso dos regimes específicos, que terão regras diferentes de cálculo. “Mas para 90% dos contribuintes será apenas isso [a emissão da nota fiscal]”, afirmou. “O que gera bagunça é o sistema atual. O novo sistema não vai gerar bagunça”, comentou.

O secretário também defendeu que não haverá como o governo federal utilizar o novo Imposto Seletivo para fazer política arrecadatória e que o objetivo é desestimular o consumo de produtos e serviços nocivos ao ambiente e à saúde.

Ele ressaltou que 60% desse imposto, que é federal, serão repassados diretamente para Estados e municípios. “Quem vai fazer arrecadação com imposto que só fica com 40%?”, questionou. “Não vai ser usado para fins arrecadatórios. Vai ser usado para fins regulatórios”, respondeu.

Durante a fase de transição (até 2033), isso será ainda menos utilizado, destacou, porque a alíquota do CBS/IBS será calculada com base na arrecadação geral. Aumentar o IS, então, faria com que uma fatia maior dos recursos fosse para os entes subnacionais.