Por Banco Master
O IBC-BR, indicador do BC que procura calcular um PIB aproximado, trouxe uma alta surpreendente de 0,82% para dezembro em relação a novembro e uma elevação de 0,22% no último trimestre do ano, praticamente eliminando as chances de uma contração econômica do Brasil no final de 2023. Esses dados apontam agora para um possível crescimento de PIB anual de 2,9% ou até mesmo 3% em 2023.
O Brasil tem sido palco de notícias econômicas positivas neste início de ano, destacando-se o desempenho robusto na arrecadação tributária, superando as expectativas, o que sinaliza uma perspectiva de melhora fiscal. Notícias sobre um possível superávit primário de quase R$ 80 bilhões em janeiro por parte do governo federal melhoraram as perspectivas para os juros de longo prazo no Brasil. A perspectiva de melhoria na arrecadação aumenta as chances de cumprimento da meta de déficit primário zero neste ano.
O anúncio de um superávit comercial de mais de US$ 6 bilhões em nossa balança comercial em janeiro também contribuiu para uma visão positiva para o Brasil no início do ano, especialmente em relação às contas externas. O desempenho robusto das exportações e o superávit comercial mesmo diante de importações em altas históricas no mês indicam uma boa notícia, destacando a força do fluxo de dólares para o Brasil.
O saldo da balança comercial, incluindo as primeiras semanas de fevereiro, já chega a US$ 10 bilhões. Em comparação com janeiro do ano passado, o saldo triplicou. Esses resultados positivos geram um influxo significativo de dólares por meio das transações comerciais, um elemento crucial para a economia brasileira.
No front inflacionário, foi divulgada a segunda prévia do IGP, com uma deflação de 0,49%. Destaca-se a persistência da deflação em preços no atacado do IPA, que continua registrando uma queda significativa de 0,84%. O IPC, que mede preços ao consumidor, apresentou alta de 0,48%, enquanto o INCC, que monitora preços da construção civil, teve um aumento de 0,14%.
A sobreoferta de produtos chineses no mercado mundial tem impactado diversos mercados, gerando um efeito desinflacionário. Embora esse cenário contribua para o controle da inflação, prejudica setores industriais, como a siderurgia e a petroquímica brasileiras, que enfrentam desafios para competir com a produção chinesa. Essa questão também levanta preocupações globais, inclusive com ameaças de retaliação por parte dos Estados Unidos.
Os últimos dados de inflação mais alta do que o esperado nos EUA também acabaram empurrando os prováveis cortes de juros do Fed mais para o meio de ano, talvez em junho. No Brasil, o BC deve seguir cortando a Taxa Selic até um patamar inferior ao simbólico nível dos 10%. O crédito já mostra sinais de expansão como reação aos cortes de juros, e esse movimento deve se intensificar a partir do segundo trimestre, especialmente no setor imobiliário.
Se o clima contribuir, poderemos ter ainda ajuda no agronegócio para expansão do PIB. Os níveis de produção de petróleo e outras commodities continuam robustos, e a produção industrial brasileira deste ano deve ser superior à de 2023. Com todo esse cenário mais positivo, é, sim, possível imaginar um crescimento acima de 2% em 2024.
Principais Pontos:
O indicador de PIB do Banco Central, IBC-BR, revelou uma alta surpreendente de 0,82% em dezembro em relação a novembro, no trimestre a alta foi de 0,22%. Estes dados praticamente eliminam as chances de contração econômica no final de 2023, apontando para um possível crescimento anual do PIB de 2,9% a 3% em 2023.
Desempenho robusto na arrecadação tributária superou expectativas, indicando uma perspectiva de melhora fiscal no Brasil. Notícias sobre um possível superávit primário de quase R$ 80 bilhões em janeiro pelo governo federal melhoraram as perspectivas para os juros de longo prazo.
O anúncio de um superávit comercial de mais de US$ 6 bilhões em janeiro contribuiu para uma visão positiva sobre as contas externas, indicando força no fluxo de dólares para o Brasil. No ano, nosso superávit comercial já supera US$ 10 bilhões.
A segunda prévia do IGP revelou deflação de 0,49%, com destaque para a persistência da deflação em preços no atacado do IPA com queda de 0,84%. O IPC apresentou alta de 0,48%, e o INCC teve aumento de 0,14%. A sobreoferta de produtos chineses tem gerado efeito desinflacionário global, contribuindo para o controle da inflação, mas prejudicando setores industriais, especialmente a siderurgia e a petroquímica brasileiras.
Dados de inflação nos EUA adiam prováveis cortes de juros do Fed para junho. No Brasil, espera-se que o Banco Central continue cortando a Taxa Selic, possivelmente abaixo de 10%. A reação aos cortes de juros já reflete na expansão do crédito, com expectativas de intensificação no segundo trimestre, especialmente no setor imobiliário. Com esse cenário mais positivo, é viável imaginar um crescimento econômico do Brasil acima de 2% em 2024.