Por Luiz Fernando Figliagi
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) calculado pelo Instituto Ipsos caiu 0,4 ponto e fechou janeiro em 56,1 pontos em comparação com dezembro. Essa é a terceira queda consecutiva do indicador. Na comparação com janeiro de 2023, o indicador subiu 0,9 ponto.
Mesmo assim, o resultado ainda coloca o Brasil entre as cinco nações mais otimistas da pesquisa, realizada em 29 países. O Brasil ficou atrás da Índia (66,5), da Indonésia (65,1), da Tailândia (58,8) e de Cingapura (57,7).
Na comparação com dezembro, além do Brasil, apenas México (-4,2 pontos), Coreia do Sul (-0,3) e Turquia (3,3) registraram redução na confiança do consumidor, segundo o Ipsos.
Para Marcos Calliari, CEO do Ipsos no Brasil, a sequência de quedas deve ser observada com atenção. Embora considere o momento “delicado”, o executivo diz que 2023 pode ser definido como o mais estável e um dos mais positivos da última década.
Em julho de 2023, o indicador chegou a bater 60,1 pontos – o maior desde janeiro de 2013. Conforme Calliari, o primeiro semestre de 2023 foi marcado por aumentos constantes no ICC.
Já no segundo semestre, as quedas começaram em agosto e setembro. “Houve uma recuperação em outubro, no entanto, não durou muito tempo”, diz.
Segundo o CEO, o fim de ano não foi positivo para o consumidor: o comércio registrou uma Black Friday ruim, o pior Natal desde 2020 e dados do Serasa Experian mostram que as vendas do varejo físico recuaram -1,4% ante igual período de 2022.
Para ele, o primeiro semestre é reflexo da lua de mel com o novo governo, que gerou expectativa de mudança e crescimento.
O cenário do fim de ano abalou essa relação, diz. Para 2024, as ações do governo vão ditar a continuidade de quedas ou uma possível recuperação da confiança do consumidor.