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Demanda do consumidor por crédito cresce 1,7% em outubro, diz Boa Vista
No ano, a alta é de 5,6%, enquanto na análise de longo prazo, medida pela variação em 12 meses, o avanço é de 6,1%
25/11/2022
Diário do Comércio da Associação Comercial de São Paulo

A demanda do consumidor por crédito avançou 1,7% entre os meses de setembro e outubro. O resultado compensou a queda de 1,0% registrada no mês anterior e o indicador encerrou o trimestre móvel findo em outubro com elevação de 1,3% na comparação com o trimestre de maio a julho. Os dados já estão dessazonalizados.

Na série de dados originais houve leve aumento de 0,3% na comparação interanual e o indicador se manteve numa trajetória de desaceleração nos resultados acumulados. No ano o crescimento passou de 6,3% em setembro para atuais 5,6%, enquanto na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, o indicador aponta crescimento de 6,1%, ante 6,4%.

As aberturas do indicador apresentaram comportamentos semelhantes no mês. Em outubro foram observadas altas de 0,8% no segmento “Não Financeiro” e de 3,1% no segmento “Financeiro”.

Por outro lado, na comparação do trimestre móvel, enquanto o segmento “Não Financeiro” retraiu 0,2%, o “Financeiro” avançou 3,5%.

As aberturas também caminharam em direções opostas na comparação interanual, queda de 6,4% no segmento “Não Financeiro” e alta de 10,3% no segmento “Financeiro”.

Na análise de longo prazo o crescimento no segmento “Financeiro” continua desacelerando: passou de 16,7% para 16,2% entre os meses de setembro e outubro, enquanto a queda observada no segmento “Não Financeiro” se acentuou, de -0,4% para -0,6% no mesmo período.

“A alta na taxa de inadimplência, somada agora com os aumentos nas despesas de PDD que foram divulgados pelos bancos, reforçam a ideia de que crédito deverá se manter numa trajetória de desaceleração, não só este ano, como no ano que vem. Além disso, há muita incerteza em relação ao cenário fiscal, que deixa dúvidas a respeito da dinâmica inflacionária e de quando o ciclo de baixa na taxa Selic irá começar, algo que também deve afetar o mercado de crédito” diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife.