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Índices de confiança do comércio e de serviços melhoram em setembro
A confiança do comércio cresceu 2,4 pontos, a 101,8 pontos, enquanto a de serviços avançou 1,0 ponto, para 101,7
30/09/2022
Diário do Comércio da Associação Comercial de São Paulo

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) cresceu 2,4 pontos na passagem de agosto para setembro, a 101,8 pontos, maior nível desde janeiro de 2019, informou nesta quinta-feira, 29/09, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador subiu 1,3 ponto.

 

A confiança do comércio subiu pelo segundo mês consecutivo. A diferença entre agosto e setembro está na composição do resultado. Enquanto no mês anterior, a alta foi totalmente influenciada pelas expectativas, nesse mês houve recuperação nos indicadores que medem a percepção sobre o momento presente.

 

“Essa melhora parece estar relacionada com a recuperação da confiança do consumidor nos últimos meses, do mercado de trabalho, desaceleração da inflação, além de algumas medidas de estímulos do governo. A continuidade dessa trajetória positiva ainda é incerta no médio-longo prazo porque depende também da continuidade de melhora do ambiente macroeconômico”, avaliou Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

 

Em setembro, houve melhora na confiança em cinco dos seis principais segmentos do comércio. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) subiu 1,5 ponto, para 105,7 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) aumentou 3,4 pontos, para 97,9 pontos.

 

“Com o resultado positivo de setembro, a confiança do comércio encerra o terceiro trimestre em alta. A melhora no trimestre foi mais influenciada por uma recuperação das expectativas, que vêm oscilando nos últimos trimestres. Pelo lado da percepção atual, também houve melhora, mas com desaceleração em relação ao trimestre anterior, onde houve forte impacto da reabertura das atividades presenciais com a melhora dos números da pandemia”, apontou a FGV.

 

O Índice de Confiança do Comércio cresceu 6,4 pontos no terceiro trimestre, após alta de 6,1 pontos no segundo trimestre. O Índice de Situação Atual teve elevação de 4,3 pontos no terceiro trimestre, após o salto de 18,8 pontos no segundo trimestre, enquanto o Índice de Expectativas aumentou 8,1 pontos no terceiro trimestre, depois de uma queda de 6,7 pontos no segundo trimestre.

 

A Sondagem do Comércio de setembro coletou informações de 777 empresas entre os dias 1º e 27 do mês.

 

SERVIÇOS

 

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 1,0 ponto na passagem de agosto para setembro, na série com ajuste sazonal, para 101,7 pontos, maior nível desde março de 2013, informou a FGV. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 1,0 ponto.

A confiança de serviços voltou a subir em setembro, depois de ficar relativamente estável no mês passado. Com esse resultado, o ICS se consolida acima dos 100 pontos. A alta no mês foi influenciada tanto pela melhora com o momento presente, recuperando o que foi perdido no mês passado, quanto pelas expectativas, que avançam pelo sétimo mês consecutivo.

“O resultado mostra que o setor ainda mantém a trajetória positiva de recuperação após os efeitos mais negativos da pandemia. A continuidade desse ritmo de retomada depende da melhora no ambiente macroeconômico, que ainda se mostra desafiador”, avaliou Tobler.

Em setembro, o Índice de Situação Atual (ISA-S) subiu 1,7 ponto, para 101,8 pontos, maior patamar desde novembro de 2012. O Índice de Expectativas (IE-S) avançou 0,4 ponto, para 101,7 pontos, maior nível desde outubro de 2021.

A melhora da confiança do setor de serviços em setembro contribuiu para o avanço do índice em médias trimestrais. No segundo trimestre, a alta foi puxada por serviços prestados às famílias e serviços de transporte, que haviam sofrido mais ao longo da pandemia e se beneficiaram com o aumento da mobilidade.

No terceiro trimestre, a alta de 3,4 pontos na confiança dos serviços foi mais tímida que o avanço de 6,9 pontos registrado no segundo trimestre, mas permaneceu disseminado em quase todos os segmentos da pesquisa.

“O desafio que se apresenta para os próximos meses é manter essa trajetória favorável, mesmo com o cenário de desaceleração da economia”, completou Tobler.

A coleta de dados para a edição de setembro da Sondagem de Serviços foi realizada com 1.501 empresas entre os dias 1º e 27 do mês.