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Indústria tem clara perda de intensidade no quarto trimestre, diz IBGE
Em outubro e novembro, o setor apresentou perda acumulada de 0,8%
08/01/2025
Valor Econômico

Por Lucianne Carneiro

A indústria brasileira aponta “clara perda de intensidade” no quarto trimestre, a partir dos resultados já conhecidos de outubro e novembro, com perda acumulada de 0,8%. A avaliação é do gerente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) André Macedo, responsável pela Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF).
Em novembro, a produção recuou 0,6%, ante o mês anterior, o pior desempenho para o mês desde 2019 (-2,3%). A queda do mês foi maior que a observada em outubro, de 0,2%. A disseminação de taxas negativas também reforça essa leitura, segundo ele: todas as quatro grandes categorias econômicas e 19 dos 25 segmentos industriais acompanhados pelo IBGE.
“A queda de novembro intensifica a resultado de outubro, com um perfil disseminado de taxas negativas. O último trimestre de 2024 tem claramente um movimento de perda de intensidade”, afirma Macedo.
Apesar do recuo nesses últimos dois meses, o gerente do IBGE lembra que o comportamento ao longo de 2024 é diferente, com perfil positivo.
“São duas coisas distintas: o consolidado do ano e o ritmo que está encerrando o ano, com perda de fôlego e intensidade da indústria. Para o ano de 2024, como um todo, há alta. O mercado de trabalho, com menor de taxa de desocupação e melhora dos salários, ajuda o setor industrial.
No resultado de 2024, até novembro, a indústria cresceu 3,2%. Em 2023, a produção industrial avançou 0,1%, após queda de 0,7% em 2022. O último ano de crescimento mais expressivo ocorreu em 2021, de 3,9%, influenciado pelo recuo de 4,5% em 2020, primeiro ano da pandemia.
“Em 2024, se o desempenho de 3,2% até novembro se repetir, seria o maior [crescimento] desde 2021”, afirma.