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Administração Municipal
Prefeitos pedem eleições simultâneas e desoneração da folha, em abertura de marcha
Eles querem ainda desoneração da folha das prefeituras e a desvinculação da dívida dos municípios da taxa básica de juros, a Selic
22/05/2024
Valor Econômico

Por Caetano Tonet e Fabio Murakawa

 

Na abertura da 25ª Marcha dos Prefeitos, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, defendeu, nesta terça-feira (21), a coincidência das eleições municipais, estaduais e federais, a desoneração da folha das prefeituras e a desvinculação da dívida dos municípios da taxa básica de juros, a Selic.

“Nós precisamos na reforma política fazer a coincidência de mandatos. Não tem como nós continuarmos com a União a cada dois anos tendo eleição que estoura lá no prefeito”, afirmou. “Os orçamentos não se comunicam com o outro. Quando um começa a ser executado, já está encerrando no outro”, acrescentou Ziulkoski.

Ziulkoski ainda defendeu a desoneração da folha de pagamento das prefeituras. “Como é que um clube de futebol paga 5%, os filantrópicos não pagam, as igrejas não pagam nada e o município é uma empresa? Por que nós temos que pagar 22%?”, questionou.

O presidente da CNM destacou a situação fiscal alarmante dos municípios. “Este ano é a pior crise dos municípios. Estamos com 49% (ou 94% na conta do Observatório) dos municípios do país, mais de 5.000 municípios, (2.728 na conta do Observatório) gastando mais do que estão arrecadando e recebendo”, disse. “Em 2022, os municípios tinham R$ 69 bilhões em caixa e hoje estamos com R$ 19 bilhões em déficit”, acrescentou.

Em sua fala na abertura do evento, o presidente da CNM pediu ao plenário que não vaiasse os convidados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e boa parte da equipe ministerial, foi recebido com um misto de vaias e aplausos.

“Peço encarecidamente ao plenário que não haja vaias. Aqui não tem esquerda, centro e direita”, pontuou.

Ziulkoski elogiou a interlocução com o Congresso Nacional e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com quem disse que a única bronca é a desoneração.