Por Victória Roberta
Ao medir a qualidade de vida das cidades brasileiras, inúmeras variáveis podem ser utilizadas. A metodologia do Índice de Progresso Social (IPS) opta por medir o bem-estar das populações com base em resultados sociais e ambientais, e não utiliza os indicadores econômicos tradicionais. Com isso, Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, e a capital federal Brasília são consideradas as melhores para se viver.
Assim, o IPS mapeou em um relatório as vinte melhores cidades do Brasil. As notas variam de 0 a 100, e quanto maior a média, melhores são os índices da cidade.
O pódio é formado por Gavião Peixoto (SP), Brasília (DF) e São Carlos (SP). As cidades paulistas se destacam pela qualidade das moradias oferecidas. Localizada no interior, Gavião Peixoto possui 4.702 habitantes, enquanto São Carlos possui 254.857 moradores. Outro componente com bom desempenho para ambas é o saneamento básico.
Por coincidência, este indicador também é bem desempenhado na capital federal. Além disso, Brasília, com seus 2,8 milhões de habitantes, também desempenha boas notas em moradia, nutrição e cuidados médicos básicos.
Veja quais são as melhores cidades para viver no Brasil, segundo o IPS:
Gavião Peixoto, SP – 74,49
Brasília, DF – 71,25
São Carlos, SP – 70,96
Goiânia, GO – 70,49
Nuporanga, SP – 70,47
Indaiatuba, SP – 70,47
Gabriel Monteiro, SP – 70,42
Águas de São Pedro, SP – 70,37
Jaguariúna, SP – 70,29
Araraquara, SP – 70,22
Presidente Lucena, RS – 70,14
Luzerna, SC – 70,09
Pompeia, SP – 70,06
São Caetano do Sul, SP – 70,02
Maringá, PR – 69,96
Piracicaba, SP – 69,95
Nova Lima, MG – 69,89
Campinas, SP – 69,88
Caxambu, MG – 69,69
Vinhedo, SP – 69,65
O Índice de Progresso Social foi criado pelo professor de Harvard, Michael Porter, e é calculado pela associação com o mesmo nome do índice. O método avalia cidades a partir de dados sociais e ambientais e serve como base para políticas públicas.
Nesta edição, o índice utilizou 53 indicadores de fontes oficiais e institutos de pesquisa e foi publicado no dia 3 de julho. O IPS avalia os municípios por três grupos: Necessidades Humanas Básica, Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades.
O relatório aponta o contraste entre as cidades do Sudeste, que dominam as primeiras posições, e as da Amazônia Legal, que estão no final da lista. O Brasil, no ranking global, ocupa a 67ª posição, uma queda expressiva em relação ao início da série em 2014, quando o país estava no 46º lugar, o que reflete o aumento das desigualdades sociais e econômicas.
Quais são as melhores capitais brasileiras para viver?
Entre as melhores cidades para viver, duas capitais estão presentes no relatório: Brasília (DF) e Goiânia (GO). Apesar de não integrarem o ranking das vinte melhores cidades, outras três capitais se destacam pelas notas: Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC) e Curitiba (PR).
O desempenho das capitais apresentou variação entre os componentes avaliados. Curitiba liderou os indicadores de Água e Saneamento e também em Qualidade do Meio Ambiente. Quanto ao Acesso ao Conhecimento Básico, o destaque ficou com Palmas (TO) e Goiânia (GO). Já quanto ao Acesso à Informação e Comunicação, Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS) estão no topo. Belo Horizonte (MG) liderou o Acesso à Educação Superior, e Manaus (AM) liderou o componente Inclusão Social.
Entre as capitais, 14 cidades integraram a lista de melhores cidades para se viver.
Veja quais são as melhores capitais para se viver no Brasil, segundo o IPS:
Brasília, DF – 71,25
Goiânia, GO – 70,49
Belo Horizonte, MG – 69,62
Florianópolis SC – 69,56
Curitiba, PR – 69,36
São Paulo, SP – 68,79
Cuiabá, MT – 68,47
Campo Grande, MS – 68,21
Palmas, TO – 68,07
Aracaju, SE – 67,89
Quantos brasileiros estão em cada nível de progresso social?
A metodologia organiza as cidades em nove níveis diferentes, sendo o mais alto o chamado Tier 1 e o mais baixo, Tier 9.
O primeiro nível concentra boa parte das capitais e dos municípios mais populosos, com mais de 200 mil habitantes. Porém, apenas 308 municípios brasileiros integram esse grupo, com pontuação mínima de 65,86.
Os municípios do Tier 1 ocupam menos de 2% do território nacional, mas abrigam 29% da população e são responsáveis por 41% do PIB do Brasil. Em contrapartida, as cidades nos Tiers mais baixos costumam ter baixa densidade demográfica e estão situadas longe dos grandes centros urbanos.