A taxa de desemprego recuou de forma estatisticamente significativa em duas das 27 unidades da Federação na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2023, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 16/2.
“Diversos Estados do País apresentaram tendência de queda, mas só em dois deles a retração foi considerada estatisticamente significativa. No Rio de Janeiro, houve crescimento acentuado da ocupação, principalmente nas atividades industriais e de outros serviços. No caso do Rio Grande do Norte, o recuo da taxa foi influenciado pela redução do número de pessoas procurando trabalho no período”, apontou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, em nota oficial.
Na média nacional, a taxa de desemprego caiu de 7,7% no terceiro trimestre de 2023 para 7,4% no quarto trimestre de 2023.
No Rio de Janeiro, a taxa passou de 10,9% para 10,0%, e no Rio Grande do Norte, de 10,1% para 8,3%. Em São Paulo, a taxa de desemprego desceu de 7,1% para 6,9% no período.
Houve aumento significativo em Rondônia, de 2,3% para 3,8%, e em Mato Grosso, de 2,4% para 3,9%. “Em Rondônia, houve uma redução no número de trabalhadores, com maiores perdas de ocupação na agricultura e no comércio. Já em Mato Grosso, embora houvesse aumento na ocupação, a expansão acentuada do número das pessoas procurando trabalho contribuiu para o crescimento da taxa de desocupação”, justificou Beringuy.
No quarto trimestre de 2024, as maiores taxas de desocupação foram as de Amapá (14,2%), Bahia (12,7%) e Pernambuco (11,9%). Os menores resultados foram registrados em Santa Catarina (3,2%), Rondônia (3,8%) e Mato Grosso (3,9%).
Segundo Beringuy, a única grande região com queda significativa na taxa de desemprego no quarto trimestre foi o Sudeste, passando de 7,5% no terceiro trimestre para 7,1% no quarto trimestre de 2023. As oscilações das demais regiões ficaram dentro da margem de erro da pesquisa, sendo consideradas, portanto, estatisticamente estáveis.
MULHERES X HOMENS
O desemprego entre as mulheres permanecia consideravelmente mais elevado do que entre os homens no País no quarto trimestre de 2023. A taxa de desemprego foi de 6,0% para os homens no quarto trimestre, ante um resultado de 9,2% para as mulheres. Na média nacional, a taxa de desocupação foi de 7,4% no quarto trimestre de 2023.
As trabalhadoras brasileiras tiveram no quarto trimestre de 2023 um rendimento médio real 20,8% menor que o dos homens. Enquanto o valor recebido por eles no trabalho principal alcançava R$ 3.233, o delas foi R$ 2.562.
A diferença é menor que a registrada no quarto trimestre de 2022, quando os homens recebiam R$ 3.154; e as mulheres, R$ 2.451, o que significava que elas tinham uma renda 22,3% abaixo.
Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional para os brancos, em 5,9%, muito aquém do resultado para os pretos (8,9%) e pardos (8,5%).
A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto foi de 13,0%, mais que o triplo do resultado para as pessoas com nível superior completo, cuja taxa foi de 3,6%.
DESEMPREGADOS
No quarto trimestre de 2023, o País tinha 1,806 milhão de pessoas em situação de desemprego de mais longo prazo, ou seja, em busca de um trabalho há pelo menos dois anos.
Se considerados todos os que procuram emprego há pelo menos um ano, esse contingente em situação de desemprego de longa duração sobe a 2,717 milhões.
Apesar do contingente ainda elevado, o total de pessoas que tentavam uma oportunidade de trabalho há dois anos ou mais encolheu 17,6% em relação ao quarto trimestre de 2022. “No quarto trimestre de 2023, a Pnad Contínua captou que cerca de 22,3% da população desocupada estavam buscando trabalho há 2 anos ou mais. No quarto trimestre de 2022, esse porcentual era de 25,6%”, frisou o IBGE.
“Por outro lado, 19,9% da população desocupada buscavam trabalho há menos de um mês. No quarto trimestre do ano anterior, essa proporção era de 19,3%.”
Outras 911 mil pessoas buscavam emprego há pelo menos um ano, porém menos de dois anos, 8,4% menos indivíduos nessa situação ante o quarto trimestre de 2022.
No quarto trimestre de 2023, 3,760 milhões de brasileiros procuravam trabalho há mais de um mês, mas menos de um ano, 0,7% mais desempregados nessa situação do que no mesmo período do ano anterior, e 1,606 milhão tentavam uma vaga há menos de um mês, um recuo de 2,7% nessa categoria de desemprego do que no quarto trimestre de 2022.